domingo, 4 de outubro de 2009
A sala do racional
POEMA
Em redondo
Por vezes,gostaria poder escolher
Tracei vagamente aquela circunferência
Passei novamente, para novamente a marcar.
Som hipnotizador entrando, consumindo.
Lá estava ela a pentear os cabelos da outra.
Sentada mostrando o seu vestido pesado e dourado.
O som continuava a insistir.
Continuava a penteá-la.
O vestido estava agora de outra cor, verde água.
Tudo continuava o redondo.
Em quadrado
Que quadrado, gosto sim.
Nele revejo alguém.
Passava nele a mão mágica e dava a luz.
O que ele queria era ser brilhante
Respondia de forma kitch.
Sempre de orelha e olhos colados.
Num dos cantos procurava-se a verdade.
Um homem amarelo tinha acabado de dar um passo gigante.
Um homem vermelho tinha acabado.
Sim acabado.
Numa espécie de quadrado.
Em triângulo
Recuperei do que tinha acontecido.
Fatal, teria sido.
Aquelas línguas ponteagudas estremeciam
A flor apareceu naquele enquadramento clássico.
Os peões do jogo de xadrez estavam na defesa.
No deserto se colocava pedras umas em cima de outras.
Ângulos mortífores, lanças bárbaras, selvagens.
A manifestar-se continuava o triângulo.
Pedro Ferreira
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